Dor, revolta e lágrimas: Ibirataia se despede de Kauã Santos Gurunga, o jovem inocente assassinado após sair de torneio de futebol

O sol mal havia nascido quando o som do choro começou a ecoar pelas ruas de Nova Ibirataia de Cima. Era o dia de se despedir de Kauã Santos Gurunga, um jovem de apenas 17 anos, cheio de sonhos, alegria e amor pelo futebol — interrompidos de forma brutal e covarde. 

O corpo de Kauã foi velado em sua rua, cercado por vizinhos, familiares e amigos inconformados com o que aconteceu. O clima era de comoção e desespero. Mães abraçavam seus filhos, jovens se olhavam em silêncio, tentando entender por que a violência insiste em roubar o futuro de quem só queria viver em paz. 

Em um dos momentos mais marcantes do velório, amigos de Kauã fizeram um jogo simbólico de futebol com o caixão tapado, antes do enterro no Cemitério São João Batista. O campo improvisado se transformou em um cenário de dor e homenagem. Cada toque na bola era uma lembrança, cada lágrima, uma despedida. 

“Ele só queria jogar bola, sorrir e voltar pra casa. Não fazia mal a ninguém. Isso é injusto demais”, desabafou um amigo entre lágrimas. 

Kauã foi morto ao sair de um torneio de futebol no Colégio José Firmino da Silva, na tarde de sexta-feira (25). Segundo informações, ele não tinha envolvimento com o crime, mas acabou sendo atingido em meio a uma ação violenta que ninguém esperava.

A tragédia abalou toda a cidade. Nas redes sociais, as mensagens se multiplicam — fotos, lembranças, vídeos de jogos e frases de dor e revolta. 

“Perdemos um menino bom, um filho exemplar, um amigo leal. Kauã era luz”, escreveu uma professora. 

Durante o cortejo, o silêncio só era quebrado pelos gritos de desespero da mãe, que mal conseguia se manter de pé. “Meu filho era um inocente, meu menino só queria viver!”, chorava, sendo amparada por familiares. 

No cemitério, o momento final foi um misto de tristeza e indignação. Jovens ajoelhados diante do caixão prometeram não deixar que o nome de Kauã seja esquecido. 

A comunidade de Ibirataia está revoltada e pede justiça. A morte de Kauã Santos Gurunga não pode ser apenas mais um número nas estatísticas da violência. Ele era um sonho interrompido, uma vida cheia de futuro, um menino que amava o futebol e que agora descansa sob o silêncio das lágrimas de uma cidade inteira.

Giro em Ibirataia